Em depoimento, os dois presos confessaram o crime. Estão detidos o caseiro Roubert Sousa dos Santos, 19 anos, e um é menor de 15 anos. Segundo os detidos, o crime foi motivado pela venda do terreno no Araçagi. O bem já havia sido vendido pelo menos quatro vezes, por diferentes corretores ligados a imobiliárias na área. Os presos declinaram o nome do mandante do assassinato. Pelo serviço receberiam R$ 15 mil, segundo relatos à polícia. Os envolvidos podem ser enquadrados por homicídio qualificado (sem chance de defesa da vítima, uso de arma de fogo e crime mediante pagamento), ocultação de cadáver, formação de quadrilha e estelionato.
A Polícia Militar estava em busca dos suspeitos e, desde as 8h30 da manhã de sábado realizou diligência no terreno, descobrindo o corpo na cova rasa. O comandante do Policiamento Metropolitano, coronel Jefferson Telles coordenou os trabalhos para a prisão do caseiro e apreensão do menor. Também enviou agentes de inteligência do 8º Batalhão da PM, duas viaturas e agentes do Núcleo Central da PM, que dentro do lote descobriram a terra mexida e lá encontraram o corpo do empresário. "Efetuamos a prisão destes dois envolvidos e agora resta a Polícia Civil aprofundar as investigações e descobrir outras motivações do crime. Já está caracterizado latrocínio e ocultação de cadáver realizado pelo caseiro, o menor e o Alex, acusado de executar o empresário", ressalta Jefferson Telles.
Suspeitas
Golpe
O caso do empresário Margio Andrade suscitou a descoberta de crimes de estelionato praticado por imobiliária daquela região. As investigações começaram em junho, quando o empresário denunciou a venda de seu terreno a duas pessoas e que vinha sofrendo ameaças. Em um relato feito à polícia, o empresário havia descoberto a venda de seu terreno a uma segunda pessoa pela quantia de R$ 20 mil, fato ocorrido ano passado. Ao procurar a imobiliária esta desfez o negócio com o comprador. Este ano, em junho, o terreno havia sido vendido novamente, desta vez por R$ 120 mil, foi quando o empresário procurou a polícia. O terceiro comprador estava construindo na área. "Esse grupo de imobiliárias, que já identificamos, vem promovendo a venda de terrenos que já possuem dono.
Temos que pelo menos 20 pessoas já foram enganadas pelo golpe", relata o delegado Carlos Damasceno. As imobiliárias agem na área do Araçagy, diz o delegado. Para realizar o crime elas contam com equipe de vários corretores. Os terrenos são escolhidos pela localização - quanto mais isolados melhor - e tamanho da área. Ao comprador as imobiliárias apresentam documentação fraudada. A vítima só descobre quando encontra o proprietário, como foi o caso do empresário Margio Andrade. "Eles lidam com terrenos e sempre vendem por valores maiores que os anteriores já negociados", disse o delegado.
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