O problema vivido pelas famílias em Beira Rio se assemelha a de outras comunidades ribeirinhas e é antigo. A fim de evitar os transtornos as famílias seriam realocadas para um bairro criado pela prefeitura, chamado Vila Fiquene. No entanto, há resistência na saída, diz a assessoria da prefeitura. As famílias alegam que moram em uma área próxima ao Centro, de escolas e de seus trabalhos, o que lhes atrai a permanecer no local, apesar das enchentes enfrentadas todos os anos. Mesmo cientes do problema, as famílias vão entrar com ação contra o Consórcio Estreito Energia (Ceste), que controla a Hidrelétrica de Estreito, causadora da enchente.
Em nota, o Ceste informa que dentro de sua política de relacionamento institucional mantém contato com a Defesa Civil dos Estados do Maranhão e Tocantins a respeito do monitoramento das vazões do Rio Tocantins, na região interferida pela Usina Hidrelétrica Estreito (UHE Estreito). Dentro deste procedimento estabelecido, no ultimo dia 6 de janeiro de 2012, o CESTE informou à Defesa Civil destes dois Estados, na pessoa de seus coordenadores regionais, sobre a observação de grandes precipitações na região do médio norte do Estado do Tocantins, mais especificamente nas áreas da UHEs Lajeado e Peixe Angical, que trariam consequências para a vazão do Rio Tocantins, inclusive na região de abrangência da UHE Estreito.
Este contato tinha por objetivo alertar sobre eventuais providências que estes órgãos entendessem cabíveis, em face das informações repassadas. Vale ressaltar que é notório que o fato ocorrido é típico na região neste período de chuvas, com a ocorrência de maiores vazões no Rio Tocantins, que não podem ser retidas na UHE Estreito.
Processo corriqueiro
O processo de abertura das comportas é corriqueiro, mas, desta vez, as autoridades não foram informadas a tempo, segundo a assessoria de comunicação prefeitura. O sistema que controla a vazão das barreiras é nacional. Sempre que ultrapassam a quantidade de água de seus reservatórios é necessário fazer a abertura das comportas para liberar o excesso de água. A cada processo destes a população é realocada e recebe assistência da prefeitura e das empresas responsáveis que liberam inclusive recursos para a remoção e abrigo dos atingidos. Para esta próxima liberação, o Operador Nacional do Sistema se comprometeu a informar com antecedência às famílias.
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